Força-tarefa organiza ações integradas para preservar Bacia do Descoberto

Governo e entidades ligadas à proteção de recursos hídricos preparam atividades no local, que abriga o maior manancial de abastecimento do DF

Lago do Descoberto abastece com água 65% da população do DF. Foto: Tony Winston.
A dois anos do 8º Fórum Mundial da Água, que será em Brasília em 2018, o governo local e entidades ligadas à gestão e proteção dos recursos hídricos do DF organizam atividades para preservar a Bacia do Descoberto, que abriga o maior manancial de abastecimento da cidade. Entre as ações, previstas para começar em julho e agosto, estão cursos de capacitação e conscientização de produtores e trabalhadores da região e projetos de reflorestamento de vegetação nativa do Cerrado.

De acordo com o coordenador de Programas Especiais da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), José Bento da Rocha, os projetos serão articulados — uma forma de atingir de maneira mais eficaz os objetivos de preservação da bacia. “Unimos esforços entre todos os parceiros da região, organizamos por temas e definimos as responsabilidades de cada um”, explica Rocha.

Após três meses de diálogos, um grupo formado pela Adasa, outros nove órgãos de governo e diversas entidades definiu uma matriz temática com os principais pontos que devem ser desenvolvidos na região. São eles: educação ambiental, conservação do solo, água e saúde, fiscalização e uso do solo, boas práticas, reflorestamento, tratamento de resíduos sólidos, compartilhamento de água, energia solar e retribuição por serviços ambientais. A matriz de ações foi planejada em maio e as atividades estão previstas para começarem em julho e agosto.

Em sintonia com o tema proposto pelo 8º Fórum Mundial da Água,Compartilhando Água, as ações envolvem a área de proteção ambiental do Lago Descoberto, o Parque Estadual do Descoberto (GO) e a Floresta Nacional de Brasília.

Compartilhado com Goiás, o Lago Descoberto, que integra a bacia, é o maior manancial de abastecimento do DF, sendo responsável pelo fornecimento de água para 65% da população brasiliense. Águas Claras, Candangolândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, Samambaia, Santa Maria, Taguatinga e Vicente Pires recebem água proveniente de lá. A barragem tem 14,9 quilômetros quadrados de extensão — que abrangem parte de Ceilândia, de Brazlândia e de Águas Lindas (GO) —, e a capacidade de captação é de 5,2 mil litros por segundo.

Nas redondezas do lago funcionam dez projetos ambientais que visam garantir a integridade dos recursos da água da bacia. Um exemplo é o Descoberto Coberto, projeto criado em 2011 e coordenado pela Adasa. A agência reguladora trabalha na recuperação ambiental das margens do Lago Descoberto com o plantio de árvores nativas — mais de 160 mil mudas já foram plantadas. Outro programa que integra a força-tarefa é o Cultivando Água Boa, iniciativa promovida desde 2003, pela empresa Itaipu Binacional, com o objetivo de promover melhor gestão das águas brasileiras.


Integram as atividades pelo governo de Brasília as secretarias da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, de Educação e de Meio Ambiente; a Adasa; a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal; a Companhia Energética de Brasília; a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal; o Instituto Brasília Ambiental; a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap); e a administração regional de Brazlândia. Também participam das ações organizações não-governamentais, associações de moradores, órgãos ambientais do governo federal, instituições de ensino e entidades sem fins lucrativos de cunho ambiental.
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