O governador Marconi Perillo, afinal, será candidato à reeleição ou não? É provável que nem ele mesmo saiba qual será seu destino político. Mas amigos e aliados ouviram do tucano-chefe que ele vai esperar as movimentações da sociedade em 2014 e qual vai ser a influência delas no mundo político-partidário. Ele mergulhou para sair do foco da crítica da sociedade e, ao mesmo tempo, das críticas dos manifestantes de rua. (Iris Rezende fez o mesmo — deixando que outros políticos, como Júnior do Friboi, que entende tanto de política quanto de física nuclear, ficassem no centro da arena.)
Na semana passada, o secretário-chefe da Casa Civil, Vilmar Rocha (PSD), disse ao portal que Marconi está operando, como gestor, em Goiânia e seu entorno, em Anápolis e no Entorno do Distrito Federal. Noutras palavras, está trabalhando, de maneira intensiva, nas regiões de maior eleitorado do Estado. É o gestor ganhando dividendos para o político. O tucano-chefe sabe, por “n” pesquisas, que sua imagem só será restabelecida se o gestor for muito bem-sucedido e “puxar” o político. As pesquisas qualitativas estão sugerindo que importante mesmo é o administrador que, sem perder tempo, trabalha e as obras aparecem. “Ele quer e deve ser candidato”, resume Vilmar.
O que Marconi está fazendo, ao dedicar-se às obras e a contatos diretos com a sociedade e políticos, é ganhar tempo. Depois, aferindo sua popularidade e se estabilizá-la num patamar razoável, pode disputar o governo.
O jornalista Rogério Lucas, confrontado com uma pergunta — “procede que Marconi não será candidato?” —, respondeu com uma afirmação enigmática mas precisa: “Como das outras vezes, certamente que não”. De fato, em 2002 e em 2010, ao menos no início, o tucano dizia que poderia não disputar e, depois, concorreu e ganhou as duas eleições.
Um secretário de Marconi pergunta: “O governador está construindo um nome para sucedê-lo?”. E responde: “Não está. Mas, de fato, tem conversado com pessoas respeitadas da sociedade, que nunca participaram de eleições, e pergunta, no seu estilo enviesado, se teriam ânimo para disputar uma eleição para o governo. Mas a música que mais aprecia ouvir é: ‘Marconi, você deve ser candidato’”. É Chopin misturado com bossa nova.
Ernesto Roller, oposicionista, admite que “Marconi é inteligente, workaholic e uma sereia política. Ele ‘canta’ e ‘atrai’ os políticos. As oposições devem se unir, senão correm fisco de insucesso eleitoral, mais uma vez”.
O secretário de Articulação Institucional, Joaquim de Castro, diz que o interior em peso pede a candidatura de Marconi. “O gestor está recuperando o político, e rapidamente.”
O deputado estadual petista Humberto Aidar enfatiza: “Ganhar de Marconi não é tirar balinha de menino”.
Um líder do PP frisa: “Alcides Rodrigues é um político sem sal, mas, carregado por Marconi, se elegeu governador. Depois, provando que não tinha prestígio, Alcides não conseguiu eleger Vanderlan Cardoso”.
O vereador Virmondes Cruvinel destaca: “Marconi começa a ouvir os jovens com mais frequência. Ele deve ser candidato”.
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